Antes da menopausa: as 9 mudanças que toda mulher precisa conhecer
Veja alterações que acontecem durante a menopausa
A perimenopausa é o período que antecede a menopausa, marcado por alterações físicas e emocionais causadas pelas variações hormonais. A queda do estrogênio, principal hormônio feminino, afeta cerca de 70% das mulheres e pode durar vários anos, sendo a média 7,4 anos. Embora os fogachos (ondas de calor) sejam amplamente conhecidos, há diversas outras mudanças que merecem atenção.
As mudanças típicas da perimenopausa costumam começar entre os 45 e 50 anos, quando o corpo passa da fase reprodutiva para a não reprodutiva. Nesse período, os níveis de estrogênio flutuam e o hormônio folículo-estimulante (FSH) também se eleva, pois o corpo precisa de maior esforço para recrutar os folículos ovarianos remanescentes.
Nem todas as mulheres percebem ou associam essas alterações à sua saúde reprodutiva. Muitas não relatam os sintomas nas consultas médicas, mesmo que já estejam menstruando e com menos disposição, fadiga mais frequente, mudanças de humor e dificuldade para cumprir suas tarefas diárias.
Sintomas clássicos da transição, como ondas de calor, podem estar presentes, assim como sinais menos específicos, como distensão abdominal, dores de cabeça, ganho de peso e dificuldade para emagrecer. Quanto ao ciclo menstrual, ele pode começar a variar, com intervalos mais longos ou curtos, além de fluxos mais intensos ou leves.
Muitas mulheres confundem esses sintomas com uma exacerbação da tensão pré-menstrual (TPM). Como os hormônios oscilam intensamente, exames laboratoriais podem não refletir as mudanças exatas no corpo. Portanto, o diagnóstico da perimenopausa é feito com base nos sintomas relatados clinicamente.
Após essa fase, a menstruação torna-se mais espaçada até cessar completamente, o que caracteriza o início da menopausa quando a mulher fica 12 meses consecutivos sem menstruar. Essa transição acontece, em geral, entre os 45 e 55 anos, e é comum que os sintomas se intensifiquem. Veja as 9 principais mudanças que podem ocorrer durante essa fase de transição.
1. Maior risco de depressão
Durante a perimenopausa, o risco de depressão pode aumentar em até 40%. Mesmo que as variações hormonais estejam apenas começando, esse risco já é considerável, reforçando a importância de cuidar da saúde mental e buscar apoio médico e psicológico. Além disso, as transformações físicas e emocionais impactam profundamente a autoestima e qualidade de vida da mulher, especialmente em um momento de grandes mudanças, como a saída dos filhos de casal.
2. Alerta para doenças cardiovasculares
A redução do estrogênio causa aumento do LDL (o colesterol ruim) e diminuição do HDL (o colesterol bom), o que eleva o risco de problemas cardíacos, como infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs). Além disso, o estrogênio também ajuda na dilatação dos vasos e no fluxo sanguíneo, e sua diminuição aumenta a propensão a doenças cardiovasculares.
3. Mudança na distribuição de gordura corporal
Com menos estrogênio, o padrão de distribuição de gordura no corpo muda. A gordura, que costumava se concentrar nas nádegas e quadris, agora se acumula na região abdominal, aumentando o risco de infartos e derrames. O acúmulo de gordura abdominal favorece a produção de substâncias inflamatórias que também contribuem para o aumento do risco cardiovascular.
4. Síndrome geniturinária da menopausa
As mudanças hormonais afetam o sistema urogenital, provocando sintomas como ardência, coceira, atrofia e secura vaginal, o que gera desconforto durante o sexo. Além disso, há sintomas urinários, como incontinência e bexiga hiperativa, que também são comuns nessa fase.
5. Alterações no sono
Ainda não se sabe exatamente por que as alterações hormonais afetam o sono, mas elas estão frequentemente associadas a insônia ou sono excessivo. As flutuações hormonais interferem no relógio biológico, e o aumento da frequência urinária durante a noite pode comprometer o descanso.
6. Problemas ósseos
A queda do estrogênio também afeta a saúde óssea, predispondo as mulheres à osteopenia (diminuição da densidade óssea) e à osteoporose (fragilidade óssea). O estrogênio estimula a formação óssea, e sua redução favorece o aumento da degradação dos componentes da matriz óssea, enfraquecendo os ossos.
7. Alterações emocionais
Mudanças no humor, como irritabilidade, déficit de atenção, ansiedade e queda da libido, são características da perimenopausa. Esses sintomas ocorrem devido à queda do estrogênio e podem impactar significativamente a qualidade de vida da mulher.
8. Envelhecimento da pele
O tecido cutâneo também sofre com a diminuição hormonal. A produção de colágeno e elastina, responsáveis pela firmeza e elasticidade da pele, é drasticamente reduzida, resultando em flacidez, rugas e ressecamento, deixando a pele mais fina e frágil.
9. Ondas de calor
As famosas ondas de calor, ou fogachos, são o sintoma mais comum da perimenopausa e menopausa. Elas surgem devido às mudanças hormonais que afetam o controle da temperatura corporal, e podem aumentar o risco de problemas cardiovasculares, além de interferirem no sono e nas atividades diárias.
Pós-menopausa
Depois de 12 meses sem menstruar, a mulher entra na pós-menopausa, fase dividida em recente (até oito anos) e tardia (após esse período). Os riscos à saúde aumentam nesse momento, exigindo acompanhamento médico para avaliar mudanças no estilo de vida e considerar a reposição hormonal, se necessário.
Esse processo de transição é inevitável para todas as mulheres, embora a intensidade dos sintomas e a duração possam variar. Contudo, é possível viver bem nesse período, adotando um estilo de vida saudável, com alimentação balanceada e prática regular de exercícios físicos. Encarar a perimenopausa de forma positiva e com maturidade pode ajudar a passar por essa fase de maneira mais tranquila e com qualidade de vida.