Quando o horário de verão 2024 começa?
O retorno da medida divide opiniões, já que, apesar dos benefícios para a sustentabilidade energética, gera impactos sociais significativos
Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), responsável pela gestão e controle da operação de geração e transmissão de energia elétrica no Brasil, recomendou recentemente que o país volte a adotar o horário de verão.
Apesar dessa recomendação, o governo federal ainda irá analisar a questão antes de tomar uma decisão final sobre a implementação da medida.
De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o governo deverá tomar uma decisão nos próximos dias. Caso o horário de verão seja retomado, ele pode ser aplicado ainda em 2024, mas não necessariamente durante todo o verão, que começa em 21 de dezembro de 2024 e termina em 20 de março de 2025.
O ministro Silveira afirmou que, embora o ONS tenha sugerido a medida, o Brasil não corre risco de escassez de energia em 2024, graças ao planejamento energético em vigor. Contudo, o ministro destacou que o país precisa se preparar para o futuro, com foco nos anos de 2025 e 2026.
Silveira enfatizou que o horário de verão contribui para a sustentabilidade energética e citou o Canadá como um dos países que também adota essa prática.
“O horário de verão é uma possibilidade real, mas ainda não está confirmado, pois envolve não apenas questões energéticas, mas também econômicas. É uma medida importante para reduzir o uso de usinas térmicas nos horários de pico, mas também afeta diretamente a vida das pessoas”, explicou o ministro.
O horário de verão foi introduzido no Brasil em 1931 e foi adotado de forma contínua de 1985 até 2019, quando foi suspenso pelo governo anterior, que justificou a decisão com base na redução da eficácia da economia de energia.
A opinião pública sobre o horário de verão
O retorno do horário de verão no Brasil não é um consenso entre os brasileiros. Entretanto, uma pesquisa realizada pelo portal Reclame Aqui em parceria com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) indica que a maioria das pessoas apoia a mudança. O levantamento, que contou com a participação de três mil entrevistados, mostrou que 54,9% deles são favoráveis ao retorno do horário de verão ainda este ano.
Dentre os favoráveis, 41,8% afirmam ser totalmente a favor, enquanto 13,1% são parcialmente favoráveis. Por outro lado, 25,8% se declararam totalmente contra a medida, 17% demonstraram indiferença e 2,2% são parcialmente contrários.
As regiões onde o horário de verão era adotado anteriormente — Sul, Sudeste e Centro-Oeste — apresentaram os maiores índices de apoio. No Sudeste, 56,1% apoiam a mudança, sendo 43,1% totalmente favoráveis e 13% parcialmente favoráveis.
No Sul, 60,6% são a favor, com 52,3% totalmente favoráveis e 8,3% parcialmente a favor. Já no Centro-Oeste, 40,9% apoiam a medida, sendo 29,1% totalmente a favor e 11,8% parcialmente favoráveis. Somando essas três regiões, 55,74% dos participantes apoiam o adiantamento dos relógios em uma hora.
Para 43,6% dos entrevistados, a mudança de horário ajuda na economia de energia e outros recursos. Já 39,9% acreditam que a medida não gera economia e 16,4% afirmaram que não sabem ou não têm opinião formada.
Por regiões
A pesquisa da Abrasel revelou que a região Sul tem a maior proporção de pessoas (47,7%) que acreditam que o adiantamento do relógio contribui para a economia de recursos. Para 51,8%, a mudança de horário é positiva para o comércio e o setor de serviços, como bares, lojas e restaurantes. No entanto, 32,7% não veem vantagens, enquanto 15,5% preferem não opinar.
O estudo também apontou que, para 41,7% dos entrevistados, suas cidades se tornam mais atrativas para o turismo com a vigência do horário de verão. Apenas 9,4% afirmaram que suas cidades ficam menos atrativas, enquanto 43,6% disseram que a mudança não faz diferença.
Outro ponto destacado pela pesquisa foi a sensação de segurança, especialmente no horário de saída para o trabalho. De acordo com o levantamento, 35,2% das pessoas se sentem mais seguras durante o horário de verão, enquanto 19,5% se sentem menos seguras. Para 41,9%, a mudança de horário não altera a sensação de segurança.
A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.